TRANSCRIÇÂO:
" Menina deficiente pede ajuda na Net
Entre os brinquedos favoritos de Carolina Lucas, de três anos e meio, está uma bicicleta que não pode usar. Uma paralisia cerebral impede-a de andar, gatinhar e até de se sentar sem ajuda. Para a família, residente em Odivelas, a esperança vem agora de Cuba, onde terapias tão avançadas quanto caras podem melhorar a qualidade de vida da menina.
Quando a pequena Carolina nasceu, com apenas 1,1 quilos de peso e 29 semanas de gestação, os exames de rotina acusaram uma doença chamada leucomalácia periventricular. Um palavrão que os médicos desdramatizaram dizendo que era normal nos prematuros. A família só notou que algo estava mal quando passaram cinco meses e Carolina não conseguia sentar-se.
O diagnóstico foi duro a bebé sofre de uma paralisia cerebral. Se a nível cognitivo a Carolina não tem dificuldades - é bem- -disposta, fala bem, desenha e aprende facilmente - em termos motores tem problemas graves, sobretudo ao nível das pernas. "Ela apercebe-se de tudo. Vê que enquanto os outros meninos correm e brincam, ela não consegue e diz que não sabe andar", explica Carla Brito, 37 anos, tia da Carolina.
As perspectivas de tratamento também não são animadoras. "Há quase três anos que ela faz fisioterapia e não vemos melhorias", explica Carla Brito. Segundo a familiar, "o cenário que os médicos portugueses fazem é o de a Carolina ficar numa cadeira de rodas eléctrica".
A família da criança conseguiu então entrar em contacto com o Centro Internacional de Restauração Neurológica de Cuba (CIREN), onde os médicos garantem melhorias visíveis para o caso. Uma esperança promissora mas dispendiosa pelo primeiro ciclo de tratamentos, que inclui a avaliação do estado da Carolina, a família terá de desembolsar 15 mil euros. E só depois de concluído esse estudo se saberá quantos ciclos serão necessários.
Há cerca de um mês, a família de Carolina avançou com a criação do site www.carolinalucas.com, no intuito de conseguir algum apoio financeiro. A iniciativa, que também inclui cadeias de e-mails, divulgação noutros sites e um leilão de objectos doados pela Internet, começa a dar frutos, que se traduzem na grande quantidade de mensagens de apoio e na recolha de 2500 euros.
Para quem quer ajudar a Carolina "o quanto antes", a quantia parece crescer devagar, mas Carla Lucas reconhece que "as pessoas vão dando o que podem". Até lá, a Carolina vai esperando pelo dia em que, como ela própria diz, possa ir a Cuba "num avião como o do Noddy". Luís Garcia "
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